Espaço reservado pros meus momentos pseudo-intelectuais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Olha a cabeça II.


Os dias que antecederam a prova eu sentia a sensação de que estava pra fazer a melhor prova da minha vida... e acho que assim foi até o km 4 da meia-maratona.

Durante a prova, tive várias provas de que estou na melhor forma física da minha vida.

Larguei no meu segundo 70.3. Até a segunda bóia, eu vinha ultrapassando gente de touca branca (elite), e quando olhei pro relógio vi que tava nadando pra média de 1:28/100m. Tomei a decisão de ir pra lateral da esteira pra tentar pegar menos socos e pontapés, e com essa decisão, fiquei a merce da correnteza e isso me custou ir pra bem longe da bóia. Junto com isso, começaram a aparecer caimbras na panturrilha mas eu simplesmente parei de bater perna e consegui sair da água tranquilo assim, porém, com um bom tempo perdido por conta do erro na bóia.
Saí um pouco irritado mas ciente de que iria reverter a situação.

Comecei o ciclismo e vi que voltaria pro céu. Pedalei num ritmo frenético, e, como havia treinado, e assim fechei o melhor pedal da minha vida. No meu cateye, 38.7 de média (na foto caiu um pouco com o movimento da bike na área de transição.).

As caimbras no ciclismo migraram pro grande dorsal, mas isso não me atrapalhou em nada na etapa do ciclismo. O que me atraplhou foi o stop-and-go que eu peguei e isso significou mais 5 minutos de penalti box. =((
Aí eu realmente me irritei mas de novo estava concentrado pra tentar manter a corrida que tinha treinado e aproveitei a parada pra poder sair num ritmo crescente, sem cair na besteira de sair socando já.
Passei os 4 primeiros km pra média de 4'18/km e já estava indo buscar o ritmo que pretendia quando, no km 4, voltei pro inferno e de lá não saí mais. Fui tomado por caimbras alucinantes no corpo inteiro, e caí duro no chão. Não conseguia mais me levantar pra correr e não lembro qual foi a ultima vez que gritei e chorei tanto na minha vida.
Vários amigos passaram, gritaram, me incentivaram, olharam com cara de espanto e eu nada podia fazer, senão chorar, gritar, chorar, gritar. Tentava desesperadamente voltar pra prova e não conseguia. Bebi coca, gatorade, sal e tudo mais e a caimbra nao passava. Depois de uns 8 minutos no chão e com médicos do meu lado, a caimbra aliviou um pouco e eu tomei a decisão de voltar pra prova.

Foram 17km de agonia, dor, choro e SUPERAÇÃO. Quando olhei meu tecnico no percurso me desesperei de novo, comecei a chorar de novo, disse que ia parar, que nao tava acreditando no que tava acontecendo, que nao era possível, etc.

Prova longa tem disso. Coisas que estão fora do teu controle podem te trazer do céu para o inferno em um lampejo. Fechei em 5h17min alternando caminhada e corrida a cada km, e sofrendo como eu nunca sofri.

Mas, missão dada é missão cumprida. Não tenho do que reclamar... Terminar nas condições que terminei certamente foi uma das maiores provas do que realmente eu quero na vida.
Cheguei a falar pra arbitragem que ia abandonar a prova por 5 vezes, mas não tive coragem, além do que tive comprovações da minha performance até quadno estava bem na prova.
Gosto de pensar também em como esse ciclo de treino, que serviu como base pro proximo ciclo que começou ontem elevou a minha performance. Como hoje eu sou totalmente diferente do que eu era ontem, e como a cabeça tem de estar pronta pro que vier (ou não!).
Incrivelmente, ontem, na volta aos treinos (1, 2, 3... respira! não vou me irritar falando isso.), fui correr 10km solto e... 4'39/km, na técnica, ritmado, com postura, conversando com um amigo meu, sorrindo e falando com meus amigos aqui quando cruzava com eles pela Litoranea. Nao é a primeira vez que isso me acontece, e eu podia até me irritar pensando que ontem treinei tao zerado e há dois dias atras nao conseguia nem correr 1km sequer.

Talvez eu tenha é que soltar foguete e ter a certeza de que cada treino que passa eu esteja ficando melhor, hahaha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bah... que prova hein Luquinhas... Sucesso amigo.
Um abração